quarta-feira, 28 de abril de 2010

Minha Sogra nas Arábias

Existem muitas histórias de problemas de noras e genros com suas sogras. Não é à toa que várias piadas são criadas baseadas neste tipo de relacionamento. Minha mãe tinha vários poréns com minha avó paterna, e minha sogra ídem com a sogra dela. Já eu, não posso me queixar.

Minha sogra veio nos visitar nas arábias, ficou vinte e nove dias na nossa casa, já que o visto que foi-lhe concedido era de trinta dias. Demorou até o visto dela ser liberado pelas autoridades do país. Se o filho dela não fosse casado ou se eu não morasse aqui com ele, o país não emitiria a carta necessária para obtenção do visto junto ao consulado no Brasil. Tudo muito confuso. Porque se inchallah não quiser, nada acontece nas Arábias!

Agendamos com uma agência de turismo local alguns passeios oferecidos a estrangeiros. Passeio de barco pelo Mar Vermelho, visita ao museu e outros locais culturais da cidade, um mercado de animais, e um acampamento noturno para assistir ao ritual do casamento tradicional árabe. Fechamos um pacote com a empresa através de contatos telefônicos e via e-mail. Bem ao estilo saudita, os valores, datas e a programação foram alterados diversas vezes sem argumentos. Nos frustramos durante todas as tentativas, e sendo assim, partimos aos locais que estamos familiarizados para minha sogra conhecer e aproveitar a estada dela em Jeddah.

Fomos novamente à cidade de Taif, desta vez aproveitamos para andar no teleférico. Almoçamos no restaurante do hotel Ramada que fica no cume da montanha. Muitos macacos babuínos apareceram pedindo comida pelas janelas do restaurante fazendo macacadas. Tomamos sorvete no parque aquático existente junto ao teleférico e descemos pelos trilhos dos carrinhos que complementam a diversão do local. Os carrinhos ganharam velocidade e as abayas dançaram esvoaçantes ao vento enquanto muçulmanas cobertas até os olhos acompanhavam seus filhos na piscina. Um agradável passeio pela região serrana do deserto saudita!

Fomos atrás de leite de camela fresquinho e levamos minha sogra para se apresentada aos camelos do deserto, conhecidos como dromedários. Existem várias tendas com pequenas criações de camelos à beira da estrada. Os grandes bichanos blateraram fortemente ao chegarmos. As tetas das camelas estavam protegidas por bolsas e eles ordenharam uma delas para vender dois litros de leite para nós. A bacia encheu-se com uma branquíssima e farta espuma. Os beduínos leiteiros não davam uma palavra em inglês, mas sorridentes, fizeram pose para as fotos que tirávamos. Voltei com um saco de leite quentinho em meu colo, e ao chegarmos em casa, bebemos este cremoso e saboroso leite que ainda estava morno. Com o restante do leite, peparei uma ambrosia e um pudim de leite de camela. Tudo testado e aprovado pela minha sogra. A sogrona partiu satisfeita da temporada nas arábias e teve momentos bastante agradáveis ao lado do filho e da nora. Precisou comprar outra mala para transportar suas compras e teve que deixar outras tantas para levarmos depois.

Tenho sete textos escritos pela metade que precisam ser terminados para poder postá-los. Nem mesmo Allah, com seus super-poderes vai fazer isto por mim. Preciso sentar na frente do computador para concluí-los, coisa que tenho deixado de lado nos últimos meses. Até mesmo e-mails eu tenho deixado de responder. Um horror! Este post é um dos sete que estavam pendentes, e devido a uma amiga que malcriadamente me falou esta semana que os meus contos estavam desatualizados, resolvi terminar pelo menos este. Se ela não anda tonta, eu ando. O meu mundo anda girando muito rápido e já estamos no final de abril!

2 comentários:

  1. OI Xoxa (Alexandra?),
    visitando blogs encontrei o seu otimo espaco. que bacana que voce registra um pouco do que ve ai na arabia saudita. deve mesmo ser uma vida cheia de surpresas e novidades para uma brasileira.
    as vezes eu leio um post seu e penso 'ah, mas ela podia dar mais detalhe aqui' :-) eu e minha curiosidade cultural, insaciavel.
    voce usa sempre esses vestidos grandes, bonitos? eh um caftan nao eh?
    abraco e tudo de bacana pra voce,
    Kalina

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  2. Ahahahaha, adorei o malcriadademente... O chápeu serviu!!!
    Saudades mil
    Beijos caninos

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