segunda-feira, 20 de julho de 2009

ALEXANDRIA, ALEXANDRE E ALESSANDRA

O Egito sempre me fascinou, vislumbrava como sendo um destino que um dia visitaria. E como em um sonho, desembarquei no pitoresco aeroporto da cidade de Alexandria, suprindo o desejo excêntrico de conhecer e desmitificar este lugar histórico. Já no desembarque, senti o tempo retroceder. Pouca informação, nenhuma infraestrutura e um aglomerado desordenado de pessoas. O visto foi feito no desembarque, e com perspicácia conseguimos alcançar a revista das malas e encontrar a saída.

Para ganhar tempo e não gastar muito contratamos um carro com motorista para fazer um city tour pelos principais pontos turísticos da cidade. Me deslumbrei com o padrão dos taxis Lada Laika de cor preta e amarela. As fachadas dos prédios não recebem nenhum tipo de manutenção, e acabam seguindo a cor e o aspecto das areias do deserto.
Adorei conhecer o Forte Qaitbey, localizado às margens do Mar Mediterrâneo, que oferece uma vista esplêndida da cidade, do porto e da Bibliotheca Alexandrina. Passeamos pelas pedras da fortaleza; subi, desci e tirei muitas fotos. Surpreendemos casais de namorados muçulmanos que ocultamente namoravam entre as pedras. O Forte Qaitbey é datado de 1480 d.C. e foi feito com pedras reaproveitadas do Farol de Alexandria, uma das Sete Maravilhas da Antiguidade. Cativante!

Rodando pela Corniche, apreciamos as águas do Mediterrâneo com seus banhistas chegando para curtir um sábado de sol (o final de semana no Egito ocorre às sextas e sábados). No Egito, mesmo sendo um país muçulmano mais liberal, as mulheres andam cobertas e com lenços coloridos nos cabelos. Os cafés e restaurantes da beira mar ficam repletos de poltronas com clientes que fumam shishas de diferentes aromas e sabores. Quando avistei a ponte em estilo medieval da Stanley Beach tive vontade de parar o carro e ficar ali por alguns dias.

Cruzamos pelos portões do Montazah Palace e circulamos pelo bosque repleto de árvores flamboyant cobertas com flores de um laranja intenso. Um agradável local para se fazer um convescote nas belíssimas tendas distribuídas pelo jardim. Apenas circundamos o prédio do palácio, pois é fechado para visitações. Fomos caminhando até a praia de Mamoura e aproveitamos para tomar sorvete em uma vendinha local.

Meu grande objetivo em Alexandria era a visita à Bibliotheca Alexandrina. A Antiga Biblioteca, onde grandes personalidades históricas estiveram reunidas à partir do século 3 a.C., foi destruída pelas chamas e já não existe mais. Em uma construção escultural, o novo e moderno prédio abriga uma biblioteca e um centro cultural. Nas pedras que revestem a fachada da gigantesca biblioteca, estão esculpidos hieroglifos que foram criados pela humanidade ao longo de sua existência. Como era final de semana e o local estava lotado de crianças, adolescentes e turistas, ficou impossível curtir uma visita interna adequada. Mas Alexandre, o Grande, não tardou em mostrar seu poder novamente. Localizamos uma cafeteria do Hilton Hotel junto ao complexo cultural. Degustamos um saboroso shawarma (sanduíche árabe) na varanda do café e relaxamos apreciando a vista do mar. Curtimos o visual, saciamos a fome e a sede e pegamos a estrada. Rumamos em nosso tapete voador em direção à capital, Cairo, atrás das tumbas do faraós, das pirâmides enigmáticas e do gênio da lâmpada mágica.